Por que existe tanto interesse no “Mindfulness”?

mindfulnessNos últimos anos, têm-se verificado um crescente interesse em investigar a eficácia das técnicas meditativas orientais, como ferramenta ou método clínico de intervenção, para o tratamento de inúmeras perturbações psicológicas. A utilidade e eficácia destas técnicas de meditação têm sido, frequentemente, adotadas pela medicina e ciências da saúde em geral e, psicologia, em particular, como uma estratégia alternativa e complementar de intervenção, que se propõe promover a atenção consciente do indivíduo e responder eficazmente a determinados processos mentais que contribuem para o adoecer psicológico e para o aparecimento de comportamentos desadaptativos.

Mindfulness ou “atenção plena” é o termo atribuído a esse conjunto de técnicas provenientes das tradições orientais, particularmente do budismo e refere-se, segundo Kabat-Zinna (fundador do programa de Mindfulness Based Stress Reduction – MBSR), a um modo específico de prestar atenção ao momento presente, de tal modo que cada pensamento, sentimento e sensação, e/ou tudo aquilo que surge no campo intencional da consciência, é reconhecido e aceite pelo indivíduo tal como eles são na realidade, sem interpretações nem juízos de valor.

A ideia central do Mindfulness, na opinião de muitos investigadores, é que viver sob o comando do “piloto automático” promove modos rígidos e altamente limitados de reagir ao ambiente e, deste modo, não permite ao indivíduo lidar de maneira flexível com os acontecimentos do momento. A prática do Mindfulness ajuda-nos, deste modo, a sair do funcionamento automático da mente, tornando consciente as experiências internas e externas no contexto de uma postura de aceitação e a evitar qualquer juízo de valor, resultante dessas mesmas experiências, ou seja, promove uma possibilidade de tornar consciente os conteúdos da mente, momento a momento.

O Mindfulness é uma prática milenar, cujos inúmeros estudos têm testemunhado, amplamente, a eficácia destas intervenções no tratamento da dor crónica, da fibromialgia, da doença oncológica, da depressão e ansiedade generalizada, hiperatividade e défice de atenção, stresse e problemas alimentares. Tal facto, talvez justifique, em parte, o elevado interesse das pessoas na procura de livros, revistas, workshops, formações, bem como, na inserção de programas de aprendizagens e de aperfeiçoamento no âmbito destas técnicas de meditação.

Curiosamente, também as crianças podem usufruir destes benefícios resultantes da prática regular da “atenção plena”. Atualmente, há já um crescente número de escolas a adotarem estes programas para os alunos e restante comunidade educativa. Tal efeito, deve-se a uma série de estudos científicos que apresentam resultados promissores da prática regular do Mindfulness em sala de aula. Segundo estes, os alunos inseridos em programas de Mindfulness possuem mais atenção e concentração na aprendizagem dos conteúdos escolares, sentem mais capacidade para controlarem as suas ansiedades, antes e durante os exames, e são menos propensas a terem problemas de comportamento. Quanto aos professores, verifica-se que a prática do Mindfulness promove uma maior capacidade para gerir o stresse e para desenvolver atitudes de paciência, bondade e compaixão para com os alunos e colegas de profissão.

Mindfulness é um convite para focarmos a atenção nas nossas experiências internas (sensações, emoções, pensamentos) ou externas, momento a momento, com uma intenção de curiosidade e sem julgamentos.

A prática regular em Mindfulness torna assim possível melhorar a nossa qualidade de vida, desenvolver a serenidade, conhecer-nos melhor e descobrir os outros, mas também gerir emoções, o stresse, a ansiedade, as reflexões mentais, …

 

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Download | Publicação n.º VIII | fevereiro de 2019

 

nelson

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